2 de setembro de 2019

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DESENCONTROS À BEIRA-MAR

Desencontros à Beira-Mar
       Ler esse livro, para mim, foi como um carinho no coração. Um delicioso abraço. Um chamego na alma. Esse livro é um deleite. Leve, com partes engraçadas, outras muito emocionantes, revelações bombásticas... E tudo isso muito bem explicado e sem pontas soltas, tudo se liga de maneira extraordinária, mostrando novamente a maestria da autora. Uma leitura deliciosa e despretensiosa, que devorei em poucos dias e fiquei com gostinho de quero mais. Se tivessem mais 500 páginas eu devorava com a mesma fome de leitura.

     Logo no início somos apresentados ao nosso “casal protagonista” Clemency e Sam. No seu voo de volta para casa, Clemency senta-se ao lado de um cara charmoso e muito taciturno, até mal-educado à primeira vista- Sam. Após insistência de Clem e conversa vai e conversa vem, ambos deixam-se levar pela companhia divertida um do outro e acabam sentindo que ali se criou uma conexão, rompida apenas pelo inoportuno detalhe que Sam se esqueceu de mencionar ao longo do voo: ele é casado.
                Após um hiato de três anos somos levados para a cidade litorânea de St Carys, onde Clem tem um trabalho que adora, sendo corretora de imóveis na Barton & Byrne, conta com amigos maravilhosos como o magnífico Ronan e a mãe adorável dele, Josephine. A amável Marina e suas pinturas exuberantes. Porém, como nada é assim tão perfeito, tem também a sua irmã emprestada Belle. Belle, de surpresa, liga certo dia para Clem pedindo para que ela organize a venda de uma “morada perfeita”, pois ela e seu “namorado perfeito” estão indo para a Cornualha para morar em definitivo. E, tão forte como uma bomba, tudo muda. Pois o Sr Perfeito, namorado da fútil e beirando o insuportável, Belle, é ninguém menos que Sam. O mesmo Sam do avião.
                E, assim como foi escrito o parágrafo anterior, tudo no livro fica uma bagunça por alguns capítulos. Bagunça na vida de Clem, na história de Sam, na vida passada e presente (e, UAU, futura) de Ronan, que se vê obrigado a forjar um relacionamento com sua melhor amiga Clem, para diminuir um pouco a arrogância de Belle. Porém, neste caso especial de mudança  e bagunça emociona, eu diria que foi o autoconhecimento que mudou a Belle e cedeu certa profundidade à trama.
              Tudo acontece de modo rápido durante a leitura inicial... uma série de acontecimentos vai puxando outro nada a ver com o anterior, e outro assunto vai sendo inserido aos poucos e quando tu percebe a teia te laçou e tudo se conectou, tudo fez sentido e fechou direitinho no fim. E eu não teria como apontar um único protagonista  nesta obra. Para mim, todos ganharam meu coração e todos me ensinaram algo do seu jeito.
      Desencontros à beira-mar não é um livro apenas sobre o amor conjugal. É sobre o amor fraterno, sobre o amor de amigos, sobre o de mãe e filho e, mais profundamente, sobre o amor-próprio. Sobre não negar quem tu realmente é no teu interior, no âmago do teu ser. Sobre não se moldar só porque a sociedade ou a vida fizeram isso contigo ou exigem isso de ti. E ler isso, da forma como essa autora escreveu de forma fluída, leve e com um propósito, foi sensacional. Foi lindo. E eu recomendo DEMAIS essa leitura.

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