Sophie Kinsella não é uma das minhas autoras prediletas. Não funciono
muito bem com o “humor” que ela emprega na escrita, acho os enredos medianos e
os livros, para mim, são sempre meio clichês. Porém em “Mas tem que ser mesmo
para sempre” fui um pouco mais insistente na leitura e tive uma grata surpresa
(porém o clichê não sumiu).
Dan e Sylvie são um casal com “C maiúsculo”, como Sylvie mesma gosta de
chamá-los. Estão há 10 anos juntos e construindo uma história linda, com
gêmeas, Tessa e Anna, que mais parecem umas princesas, casa própria, vizinhos
queridos e empregos dos quais não pensam em desistir. Sabem exatamente o que o
outro está pensando e não precisam nem terminar as frases na conversa, pois
sabem o que o outro quer falar, tamanha a conexão entre eles.
Até que... sempre o “até que”, após uma consulta médica, tudo muda. Eles
descobrem que terão uma vida longínqua... E que terão, que maravilha, mais 68
anos de vida conjugal para desfrutar. Aí que começam os “problemas”, e também a
vontade de continuar lendo. Assim que o casal começa a colocar em prática
alguns planos e surpresas, para que o resto da vida não caia na rotina, para
que os próximos 68 anos não sejam assim tão pesarosos e difíceis de viver
(afinal... serão 68 anos), tudo vira um caos e algumas coisas acabam saindo
meio erradas, não conforme o planejado.
Algumas dessas surpresas não saem como o planejado, expondo assim o
quanto, mesmo depois de anos juntos, Dan e Sylvie ainda não conhecem por
completo o outro, como imaginavam. Que, mesmo tendo tamanha conexão, segredos
muitas vezes não tem que ser guardados, e, quando revelados, ajudam a melhorar
a si mesmo.
O livro é um romance fofo, leve de ser lido e bem rapidinho. Um ponto
positivo é o final, que é nada previsível, realmente conseguiu me surpreender
positivamente. O livro trata também de assuntos mais inquietantes como drama
familiar, segredos que afetam a vida de uma forma bem forte, desconstrução de ideias
e conceitos que criamos em cima das pessoas que achamos que conhecemos ao longo
da vida.
Uma leitura que fechamos com um dedo na consciência. Pensando que
precisamos viver mais o presente, para termos uma vida bem aproveitada, temos
que prestar atenção nos nossos próximos, sempre, mesmo depois de anos. Um livro
que passa mensagem de lealdade e confiança. Recomendo, para passar algumas boas
horas com uma leitura leve e despretensiosa e, na medida do possível,
divertida.
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